23 de set. de 2009

Pergunte ao Pó - John Fante

"Uma noite para o meu nariz, uma festa para o meu nariz, cheirando as estrelas, cheirando as flores, cheirando o deserto e o pó adormecido, no alto de Bunker Hill. A cidade espalhava-se como uma árvore de natal, vermelha, verde e azul. Olá velhas casas, belos hambúrgueres cantando nos cafés baratos, Bing Crosby cantando também. Ela vai me tratar gentilmente. Não daquelas garotas da minha infância, não daquelas garotas da minha adolescência, daquelas garotas dos meus dias de universidade. Elas me assustavam, eram inseguras, me recusavam; mas não minha princesa, porque ela vai entender. Ela também foi menosprezada."


Estou relendo "Pergunte ao Pó", e apesar de eu ter lido há pouco tempo atrás (quase dois anos), eu não lembrava de muita coisa. Lendo essa passagem aí de cima, e identificação foi imediata. Não preciso nem dizer pq, se eu quiser ser mais direto, vou me perder, melhor deixar quieto.
Eu tô me sentindo muito estranho. Pq ao mesmo tempo que estou descrente, como eu já falei aqui, e digo com convicção que não creio mais no amor, eu tento resgatar aquele meu velho lado romântico e gentil com as mulheres, que eu tinha. Eu acho muito estranho isso. Meninas dizem que gostam de caras românticos, que sejam educados e gentis. Meus amigos que namoram dizem que tem que tratar mal, fingir que não se interessa, que aí elas gostam. E sabe qual é o pior ??? Funciona. Sim, funciona. Não adianta reclamar, funciona. Minha mente é muito antiga pra entender esse tipo de coisa. Se eu tivesse nascido nos anos cinquenta, eu estaria na década certa. Guess I'm outta time.
E continua a busca interminável pelo horário de saída do Objetivo e o Auxiliadora certo.


"Apenas uma frase lhe bastará para definir o homem moderno: fornicava e lia jornais."
Albert Camus

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